Moldura de Lagartas

R$80,00

Autora: Susanna Busato
Capa Dura – 16×23 cm
Impressão tipográfica sobre tecido
Montagem manual – 124 págs.
ISBN 978-85-66423-78-5

4 em estoque

SKU: 978-85-66423-78-5 Categoria: Tags: ,

Não escapa ao leitor que os poemas da primeira parte deste livro constituem, em sua maioria, textos cujo assunto é a poesia, desde a tentativa de definir ou de sugerir uma poética, ou seja, uma aproximação conceitual do que seria essa arte da palavra, até a  expressão em ato de como a poesia se manifesta no próprio fazer do poema, isto é, em sua performatividade  ou, na proposta cunhada por Luigi Pareysons, em sua formatividade. Textos que ilustram a primeira direção: “Da poesia e sua outra” (dedicado a Haroldo de Campos e a Carlos Drummond de Andrade) “Academicismo”, “Desejo”, “A poesia é”, “Cilada”, “A cidade desejante”. A direção da performatividade pode ser sentida nos textos seguintes: “Gênesis”, “Lagarta sendo”,   “Enlagarça II”, “Como usar a língua”, “Perdida”, “Método I”, “Método II”, “Método III”, “Golpe fatal”, “Fricativa”. Esses poemas exemplificam em parte aquela orientação que se observa nas chamadas estéticas da construção que foram se desenvolvendo desde Kant e que, passando por Schiller, encontra as formulações mais ricas em Paul Valéry (Eupalinos), John Dewey (Art as Experience) e Luigi Pareyson (Estética). No caso dos poemas citados podemos verificar a ação da consciência operante, isto é, a realização artística como critério para si mesma; com outras palavras,   a produção do texto que é linguagem e, ao mesmo tempo, a invenção de seu código regulador.   Dizendo isso, posso dar a impressão de que a poeta trilha somente esse caminho da identificação da poesia com sua construção poemática. Tal não acontece nas quatro molduras seguintes, onde vamos encontrar o predomínio do discurso ecfrástico, o qual pode parecer muito original e próprio da contemporaneidade (pois agora se costuma indicar como o discurso poético que se vale da descrição do que se vê em obras de arte pictóricas), mas tem suas raízes na antiguidade.  Chamo a atenção para este aspecto por me parecer o mais relevante quanto ao vinculo deste livro com a tradição. O termo “ékphrasis” (ou écfrasis) aparece na retórica grega, com os textos da primeira sofistica (séculos IV e V. a. C.), tendo perdurado até a segunda onda sofística. Designava uma descrição viva, uma representação realista das personagens e das coisas, como se o autor do discurso pretendesse que o ouvinte as palpasse com as mãos, as visse, desculpem-me a redundância, com os olhos.  [Antonio Manoel dos Santos Silva]


Sobre a autora

Susanna Busato é poeta e professora de poesia brasileira (Unesp). Autora do livro de poemas Corpos em Cena (Ed. Patuá, 2013),  finalista do 56º Prêmio Jabuti, em 2014. Publicou a plaquete Papel de Riscos, pelo Centro Cultural São Paulo, em 2013. Ganhadora do Mapa Cultural Paulista, categoria Poesia, em 2010. Tem poemas publicados em vários sites e revistas de poesia e literatura. Participou da Mostra “Poesia Agora” no Museu da Língua Portuguesa (2015), na Caixa Cultural do Rio de Janeiro (2017) e na Caixa Cultural de Salvador (2017). Como declamadora, participou do Recital Multitudo Haroldo de Campos, no Itaú Cultural (2011), em São Paulo e do Recital Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros (homenagem a Oswald de Andrade), na FLIP em Paraty (2012), com patrocínio do Itaú Cultural.

Peso 0,37 kg
Dimensões 0,16 × 16 × 23 cm