O rei menos o reino

R$50,00

Autor: Augusto de Campos
Plaquete – 22×30 cm – 16 págs.
ISBN 978-85-66423-72-3

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O Rei Menos o Reino (1949-1951), livro estreia de Augusto de Campos, apresenta a vocação do poeta ao som que, na dimensão da poesia concreta, seria o aspecto “vocal”, do projeto verbivocovisual defendido no “Plano Piloto para Poesia Concreta”, publicado em 1958 na revista Noigandres. O título do livro – O rei menos o reino – possui tanto uma clareza semântica, quanto um valor artesanal dos significantes de onde se sobressai o valor do “menos”. Esse aspecto orienta a obra daquele que pôs em prática a “menos-valia” do poema nas mais diversas instâncias: na crítica, na tradução e na própria poesia. A palavra certeira e afiada tem uma tonalidade ligada ao que Ezra Pound chamou de “melopeia”, isto é, o ponto em que as palavras são carregadas de energia, expressa pelo ritmo e pela melodia. Essa característica em Augusto de Campos também se propaga por objetos, pelo uso das cores (“poetamenos”) e pela atividade crítica que é inseparável do poema, de Dante a Hölderlin, para citar dois poetas presentes nas epígrafes. Lido em 2019, este livro de estreia sintoniza as táticas de Augusto de Campos ao longo de setenta anos de produção poética, onde a antologia Viva Vaia(1949-1979) merece um lugar essencial. Dos trovadores à Bossa Nova, de Pagu a Emily Dickinson, de Sousândrade a Oswald de Andrade, O Rei Menos o Reino é um livro essencial para a obra de Augusto de Campos. Obra na qual se deve incluir um percurso dos trovadores à Bossa Nova, de Pagu a Emily Dickinson, de Sousândrade a Oswald de Andrade, de Duchamp a John Cage e Caetano. Não por menos: o poeta capta o tempo do silêncio e da hesitação, da recusa e do não.


 

Sobre o autor

Augusto de Campos é poeta, tradutor, ensaísta e crítico de literatura e música. Com seu irmão Haroldo de Campos e Décio Pignatari é um dos fundadores da Poesia Concreta. Em 1955, no segundo número da revista Noigandres, publicou uma série de poemas em cores, Poetamenos, considerados os primeiros exemplos consistentes de poesia concreta no Brasil. A maioria dos seus poemas acha-se reunida em Viva Vaia, 1979; Despoesia, 1994; Não, 2003 (Prêmio de Livro do Ano, Fundação Biblioteca Nacional); Outro, 2015. Em tradução para outra línguas, as mais completas são: Poètemoins: Anthologie, traduzida para o francês por Jacques Donguy; Poemas, traduzida para o espanhol por Gonzalo M. Aguilar, Buenos Aires. Sua contribuição para a cultura literária brasileira e à língua portuguesa é imensurável. Augusto de Campos traduziu poetas trovadores provençais Arnaut Daniel e Raimbaut d’Aurenga, entre outros; poetas russos como Anna Achmatowa, Boris Pasternak, Wladimir Majakowski, Ossip Mandelstam, Sergej Iessenin, Marina Zwetajewa; poetas de língua alemã como Alexander Blok, August Stramm, Friedrich Hölderlin, Arno Holz, Kurt Schwitters, Rainer Maria Rilke; os italianos Dante Alighieri, Guido Cavalcanti; de língua inglesa como Lord Byron, Hart Crane, e.e. cummings, Emily Dickinson, John Donne, Paul Fleming,  Gerard Manley Hopkins, James Joyce, Gertrude Stein, Wallace Stevens, Dylan Thomas, William Butler Yeats, Marianne Moore, Sylvia Plath, Ezra Pound; os franceses Paul Valéry e Arthur Rimbaud; poetas de língua espanhola como argentinos Jorge Luis Borges e Oliverio Girondo, os mexicanos Octavio Paz e Soror Juana Inés de la Cruz, o chileno Vicente Huidobro, entre tantos outros.