Ouviver Pound
A obra de Ezra Pound nos obriga a decifrar seu enigma (imagem). Augusto de Campos, figura rara da “Welt Literatur”, traduz o intraduzível. A poesia é isso, afinal, uma ponte entre aquilo que não se sabe se existe e quem encontra o que não existe. [Vanderley Mendonça]
Sobre o autor
Augusto de Campos é poeta, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e música. Em 1951, publicou o seu primeiro livro de poemas, o rei menos o reino. Em 1952, com seu irmão Haroldo de Campos e Décio Pignatari, lançou a revista literária Noigandres, origem do Grupo Noigandres que iniciou o movimento internacional da Poesia Concreta no Brasil. Em 1956, participou da organização da Primeira Exposição Nacional de Arte Concreta (Artes Plásticas e Poesia), realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Sua obra veio a ser incluída, posteriormente, em muitas mostras, bem como em antologias internacionais como as publicações Concrete Poetry: an International Anthology, organizada por Stephen Bann (Londres, 1967), Concrete Poetry: a World View, por Mary Ellen Solt (University of Bloomington, Indiana, 1968), entre outras. Sua obra inclui as coletâneas de poesia VIVA VAIA (1979), Despoesia (1994), Não (2003) e Outro (2015), além dos livros-objeto Poemóbiles e Caixa preta, em colaboração com Julio Plaza. Sua contribuição para a cultura literária brasileira e à língua portuguesa é imensurável. Traduziu poetas trovadores provençais como Arnaut Daniel e Raimbaut d’Aurenga, entre outros; poetas russos como Anna Achmatowa, Boris Pasternak, Wladimir Majakowski, Ossip Mandelstam, Sergej Iessenin, Marina Zwetajewa; poetas de língua alemã como Alexander Blok, August Stramm, Friedrich Hölderlin, Arno Holz, Kurt Schwitters, Rainer Maria Rilke; os italianos Dante Alighieri, Guido Cavalcanti; de língua inglesa como Lord Byron, Hart Crane, e.e. cummings, Emily Dickinson, John Donne, Paul Fleming, Gerard Manley Hopkins, James Joyce, Gertrude Stein, Wallace Stevens, Dylan Thomas, William Butler Yeats, Marianne Moore, Sylvia Plath, Ezra Pound; os franceses Paul Valéry e Arthur Rimbaud; poetas de língua espanhola como argentinos Jorge Luis Borges e Oliverio Girondo, os mexicanos Octavio Paz e Soror Juana Inés de la Cruz, o chileno Vicente Huidobro, entre tantos outros.